Como a cultura de ler o Zodíaco e consultar o horóscopo é bastante difundida, entender o que a Bíblia diz sobre signos é fundamental. Afinal de contas, as práticas de adivinhação, como um todo, são condenadas pelas sagradas escrituras.
Esses hábitos se intensificam, sobretudo, quando o indivíduo confere mais importância aos “astros” do que à revelação divina (algo válido, evidentemente, para aquelas pessoas que creem nos conteúdos bíblicos). Em “Levítico” (capítulos 31, 26 e 19) essa temática é abordada do seguinte modo:
“Não comereis coisa alguma com o sangue; não agourareis nem adivinhareis. Não vos virareis para os adivinhadores e encantadores; não os busqueis, contaminando-vos com eles. Eu sou o Senhor Vosso Deus.”
Signos e adivinhação
Sob determinadas interpretações do texto bíblico, a astrologia e os signos podem ser considerados “adivinhação”, à medida que incutem a significação de realizar uma predição acerca da vida pessoal, fundamentando-se na posição e no alinhamento do Sol e dos planetas, além da data de nascimento dos indivíduos.
A finalidade, nesse sentido, é a de determinar traços de caráter e de personalidade. Contrariamente, a Bíblia não utiliza a expressão “signo”, porém, todas as menções à magia e à adivinhação recaem no mesmo aspecto do horóscopo.
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Enfim, quem procura o zodíaco, busca compreender os supostos “segredos” e entender o que o futuro nos reserva. Ocorre que, para os religiosos, apenas a divindade pode ter acesso a tais conhecimentos.
Consulta aos signos
O costume de consultar a astrologia fere, diretamente, o princípio cristão de unicidade com o Senhor. Isto é, de acordo com a Bíblia, só existe um Deus. Consequentemente, aqueles que seguem as escrituras devem acreditar somente Nele.
Segundo o primeiro livro de “Coríntios”, capítulo 8, versículo 6:
“Contudo, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos, e um só Senhor, Jesus Cristo, por quem são todas as coisas e pelo qual nós existimos.”
Deste modo, a afirmação dos cristãos é a de que Deus, enquanto Ser único, é a única entidade capaz de agir em nossas vidas. As práticas de profecia que ocorrem por métodos mágicos ou meios de adivinhação sobrepujam as ações divinas.
Em outras palavras, desde uma perspectiva cristã, os signos não podem fazer aquilo que cabe exclusivamente a Deus.
Há, porém, outro viés interpretativo, segundo o qual a divindade conferiu à espécie humana a capacidade de interpretar, criar e buscar novas formas para superar as adversidades do cotidiano.
Mas, evidentemente, cada indivíduo tem a sua liberdade de escolha, sendo capaz de priorizar as práticas de adivinhação ou as sabedorias “reveladas” pela Bíblia Sagrada.
Logo, se você é vinculado a alguma crença ou religião cristã, uma boa dica é consultar o seu sacerdote a esse respeito.
O que a Bíblia diz sobre signos?
Conforme mencionado, a Bíblia não cita, especificamente, os horóscopos e os signos. Porém, além das passagens citadas e o “Levítico”, as escrituras abordam o ocultismo e as práticas adivinhatórias, de modo que muitos intérpretes associam essas passagens ao Zodíaco.
Números
Por exemplo, no capítulo 23 de “Números”, ao abençoar Israel nos versículos de 20 a 23, o profeta Balaão, alegando ser guiado por Deus, desobedece às ordens do Rei Balac:
“Eis que recebi mandado de abençoar; pois ele tem abençoado, e eu não o posso revogar. Não viu iniquidade em Israel, nem contemplou maldade em Jacó; o Senhor seu Deus é com ele, e no meio dele se ouve a aclamação de um rei. Deus os tirou do Egito; as suas forças são como as do boi selvagem. Contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel; neste tempo se dirá de Jacó e de Israel: que coisas Deus tem realizado!”
Evidencia-se, nessa passagem, que a fé no Deus único é oposta à consulta de adivinhações. Nesse sentido, o cristão deverá seguir o caminho ao qual é exortado pela Bíblia.
Deuteronômio
Em outro contexto, as escrituras afirmam a oposição entre a ortodoxia religiosa e o ocultismo de maneira ainda mais categórica. De acordo com o capítulo 18 de “Deuteronômio”, nos versículos de 9 a 14:
“Quando entrares na terra que o Senhor teu Deus te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações. Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos. Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor; e por estas abominações o Senhor teu Deus os lança fora de diante de ti. Perfeito serás, como o Senhor teu Deus, porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o Senhor teu Deus não permitiu tal coisa.”
Esse trecho é um dos mais incisivos sobre profetismo e adivinhação. No entanto, vale ressaltar que as profecias dessa natureza são diferentes daquelas que, validadas pela Bíblia, são consideradas “ordenadas por Deus” ou “realizadas pelos verdadeiros profetas”.
Dito de outra forma, os cristãos, de modo geral, aceitam somente as profecias que acreditam ser diretamente inspiradas pelo Espírito Sando de Deus. Os mesmos princípios se aplicam ao profeta Daniel, que tentou interpretar os sonhos de Nabucodonosor, Rei da Babilônia.
Depois de convocar, sem sucesso, os adivinhos, feiticeiros e astrólogos para interpretarem um sonho que o perturbara, o governante recorreu ao auxílio de Daniel que, assim, foi capaz de oferecer-lhe uma interpretação correta porque, segundo a Bíblia, a verdade lhe fora revelada por Deus.
Isso significa que, para a Bíblia, profecias podem ser efetuadas, porém, apenas pelas pessoas que “realmente” proferem as palavras emanadas de Deus – mediante revelações divinas.
Isaías
Como não há nada de “divino” nos signos dos Zodíacos, a maioria dos cristãos tende a interpretá-los como meras tentativas premonitórias eivadas de mistério e charlatanismo.
Por fim, em “Isaías”, existem outras passagens bíblicas que abordam o tema. No capítulo 8, versículos 19 e 20, consta:
“Quando, pois, vos disserem: consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram: porventura não consultará o povo a seu Deus? A favor dos vivos consultar-se-á aos mortos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles.”
Neste ponto, o profeta Isaías (legitimado pela narrativa bíblica) enfatiza que os homens, sempre que desejarem buscar algum tipo de sinal, devem procurar o testemunho e a palavra de Deus, isto é, a própria Bíblia.
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